(F.G.L.)
Noite aberta.
A lua
tropeça nos juncos.
Que procura a lua?
raiz do sangue?
Um rio onde durma?
A voz delirando
no olival, exangue?
Sonâmbulo,
que procura a lua?
O rosto de cal
que no rio flutua?
terça-feira, 4 de abril de 2017
quarta-feira, 8 de março de 2017
#55 - NOCTURNO, Eugénio de Andrade
Noite,
noite velha
nos caminhos.
A lua no alto
fingindo-se cega.
Estrelas. Algumas
caíram ao rio.
As rãs
e as águas
estremecem de frio.
noite velha
nos caminhos.
A lua no alto
fingindo-se cega.
Estrelas. Algumas
caíram ao rio.
As rãs
e as águas
estremecem de frio.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
#54 - OBSESSÃO, Sebastião da Gama
Quero a Noite completa, desumana.
A Noite anterior. A Noite virgem
de mim. A Noite pura. Quero a Noite,
aonde é impossível encontrar-te.
Que não há rio nem rua nem montanha
nem floresta nem prado nem jardim
nem pensamento algum nem livro algum
em que não me apareças sorridente.
A Noite anterior. A Noite virgem
de mim. A Noite pura. Quero a Noite,
aonde é impossível encontrar-te.
Que não há rio nem rua nem montanha
nem floresta nem prado nem jardim
nem pensamento algum nem livro algum
em que não me apareças sorridente.
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