Ah, a noite que eu, sem fim, passei...
O Tempo alargava a sua duração
E dava-lhe o cerne do que na vida amei.
Comentaram alguns, pela noite fora,
Como se ia escoando a sua mansidão.
Mas a noite somente consentia a aurora...
Das nuvens tão denso era o breu
Que já não se sabia o que era Terra ou Céu.
Ao longe o raio entre trevas se escondia:
Era um negro que entre lágrimas sorria.
Brandi alto o sabre da minha vontade
E tingi o manto dessa mesma aurora
Ao ferir o colo da escuridade
Com o sangue da noite, pela noite fora.
(versão de Adalberto Alves)
Sem comentários:
Enviar um comentário